Turismo pedagógico: Santuário do Caraça é sala de aula a céu aberto Felipe de Jesus 11 de fevereiro de 2019 Notícias Complexo recebe estudantes de todo o país, do ensino fundamental ao superior, para aulas de Ciências, História, Biologia, Geografia, estudos práticos na área de Matemática, Botânica, Ecologia, Engenharia Ambiental, Fotografia, Arquitetura, entre outras Situado a cerca de 120 Km de Belo Horizonte, entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara, o Santuário do Caraça é conhecido no Brasil e no mundo pelas suas belezas naturais e pela riqueza histórica do local, onde já estudaram até ex-Presidentes do Brasil. E a vocação educacional do complexo é comprovada pela alta procura de escolas para levar estudantes, do ensino fundamental ao superior, ao local, para vivenciar na prática o que é aprendido em sala de aula. O Complexo Santuário do Caraça é centro de peregrinação católica e especialmente da Família Vicentina, polo de cultura e turismo. Da área total do complexo (12.475,45 hectares), são Reserva Particular do Patrimônio Natural 10.187,89 hectares com objetivos de preservação ambiental e de produção de conhecimento científico. Agências de viagens especializadas operam com roteiros exclusivos de instituições de ensino para o Santuário do Caraça. A Turismo Educacional, de Belo Horizonte, é uma das empresas que levam estudantes para o complexo. “Estamos trabalhando com o Santuário há quase 10 anos e temos demanda interessante de escolas e faculdades, principalmente com estudantes do ensino fundamental, para aulas de Ciências, História, Biologia e Geografia, e do ensino superior, sobretudo nos cursos de Engenharia Ambiental, Geologia, Geografia, Direito Ambiental e muitos outros”, como informa Alessandro Martins, gerente operacional da empresa, que, só em 2018, levou cerca de 500 alunos ao Caraça. A hora do lobo A tradição de aguardar a visita do lobo todos os dias à noite começou no Caraça em maio de 1982, quando algumas lixeiras começaram a aparecer derrubadas e reviradas. Num primeiro momento pensou-se que isto poderia ser causado por cachorros. Começou-se a observar e se descobriu que o grande cachorro que revirava as lixeiras do Santuário era na verdade o Chrysocyon brachyurus, que quer dizer “animal dourado de cauda curta”. É chamado Guará porque em tupi-guarani, na língua dos indígenas, guará significa “vermelho”. Desde então, começaram a colocar bandejas de carne nos dois portões da frente da casa e aos poucos os lobos se aproximaram da escada da igreja. Hoje, a bandeja é colocada no adro da igreja, onde têm ido comer, além do lobo-guará, cachorros-do-mato e uma anta. A prática de alimentar esses animais ali na Casa só persiste até os dias atuais porque o seu hábito de caça não foi comprometido. Por este motivo o lobo-guará não tem hora de aparecer. O tempo de espera da aparição do animal é conhecido como “hora do lobo”, a partir das 18h30. Enquanto o lobo não vem, o Caraça proporciona aos hóspedes um tempo da informação, a educação ambiental. Fonte de conhecimento O Caraça é uma estrutura cultural em constante formação. Começou por volta de 1770, quando o Irmão Lourenço de Nossa Senhora iniciou a construção do hospício, como então era chamada a hospedaria para acolher peregrinos, e uma ermida – capela barroca, dedicada a Nossa Senhora Mãe dos Homens. Posteriormente, a instituição transformou-se em colégio e seminário. Atualmente o lugar mantém a sua essência, proporcionando às pessoas a chance de interagir com sua história. O complexo é tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e Estadual. Foi escolhido como uma das 7 Maravilhas da Estrada Real. Conta com um amplo Conjunto Arquitetônico onde estão a primeira igreja de estilo neogótico do Brasil, o prédio do antigo colégio (hoje museu e biblioteca), o hotel com 54 apartamentos, com capacidade para até 230 pessoas hospedadas, e a Fazenda do Engenho, com 26 apartamentos. O Complexo do Caraça possui enorme diversidade de fauna e flora, com raridades de animais e plantas no meio ambiente. Na ampla diversidade de sua fauna, há 386 espécies de aves, 42 espécies de répteis, 12 espécies de peixes e 76 espécies de mamíferos. A Reserva Particular do Patrimônio Natural do Santuário do Caraça faz parte de duas importantes reservas ecológicas, as Reservas da Biosfera da Serra do Espinhaço Sul e a da Mata Atlântica, onde há diversas espécies de flora e fauna, algumas encontradas somente no Complexo do Santuário do Caraça, que fica na transição entre Mata Atlântica e Cerrado, onde também há campos rupestres. Em suas Serras há nascentes, ribeirões e lagos que possuem águas de coloração escura, que carreiam material orgânico em suspensão. Seu solo é rico em minérios, explorados nos séculos anteriores, e com grande concentração de quartzito ou rocha metamórfica. Desde 2011, passou a ser preservado contra exploração comercial. O clima tem baixas temperaturas e elevada umidade do ar, comuns em ambientes de mata. O território do Complexo do Caraça integra a Área de Proteção Ambiental ao Sul da Região Metropolitana de BH, onde começam duas grandes bacias hidrográficas, a do rio São Francisco e a do rio Doce, que abastecem aproximadamente 70% da população de Belo Horizonte e 50% da população de sua região metropolitana. Biblioteca A Biblioteca hoje está instalada no prédio onde funcionava o célebre Colégio, que hoje abriga também o Museu, o Arquivo e um Centro de Convenções Museu O museu, montado a partir de mobiliário e artefatos diversos de uso diário, pertencentes ao próprio Caraça e com algumas peças remanescentes de séculos passados, constitui um interessante lugar de visitação, diariamente procurado pelos hóspedes e visitantes, através de percursos guiados pelos monitores ou por conta própria. Igreja Neogótica O Santuário do Caraça é a primeira igreja neogótica do Brasil, construída sem mão-de-obra escrava e toda com material regional: pedra-sabão (retirada de perto da Cascatona), mármore (das proximidades de Mariana e Itabirito, Gandarela) e quartzito (da região do Caraça e vizinhanças), unidas com produtos de base de cal, pó de pedra e óleo. Trilhas Por meio de trilhas seguras e de trajetos mais ou menos longos e bem sinalizados, é possível ter acesso a diversas atrações naturais e contato direto com a biodiversidade local. Santuário do Caraça Local: Estrada do Caraça, Km 9 – Entre os municípios de Barão de Cocais, Catas Altas e Santa Bárbara – CEP 35960-000 Fácil acesso pelas rodovias BR 381 e MG 436, além do cômodo acesso por trem (Estação Dois Irmãos – Barão de Cocais/MG) Horário para visitação: Todos os dias, das 8h às 17h Taxa de entrada: a partir de R$ 12,00 (em dias de semana) Mais informações: Site com opções de hospedagens: www.santuariodocaraca.com.br Instagram: @santuariodocaraca Facebook: www.facebook.com/complexosantuariocaraca/ Reservas: centraldereservas@santuariodocaraca.com.br Sugestão de agência de viagens especializada no turismo pedagógico: Turismo Educacional – www.turismoeducacional.com.br atualizado em 11/03/2019 - 15:52 comentários